Sabe quando a gente ama? Então, tem aquela coisa de se doar, de ser completamente do outro, a gente acaba esquecendo de tanta coisa por um abraço, por um sorriso, por sentir aquele frio na barriga toda vez que vê ele.  É como se tudo, ou quase tudo perdesse pelo menos, mais da metade da importância. Antes de dormir, não é mais tão fácil largar o celular e virar pro canto  caindo na nossa própria escuridão, seja ela de cansaço ou alguma outra coisa. A noite não é mais a mesma sem aquele " Boa noite, dorme bem viu?", é como se um sentisse a necessidade de outro.  Necessidade na qual muitas pessoas  não sabem ver o que realmente é pra ser visto. Parecem que nunca amaram, que nunca sentiram o corpo e a mente pender pro lado de que  quem tu ama está.  Confesso que quando a gente ama, a gente sufoca, a gente gruda. Mas não é por mal, não. Volto a bater na mesma tecla: é a necessidade. A necessidade de manter o outro perto, sem saber se vai perder agora, daqui a pouco ou mais tarde. É a necessidade de  aproveitar cada abraço, cada cheiro, cada momento juntos, por que sabe que de uma hora pra outra pode tudo mudar. É a necessidade do medo. Por que? Pelo simples fato, que pode haver uma reviravolta e tu não ser mais o amor do outro, é o medo de perder, é o medo de sentir saudade, é o medo de ficar sozinha. Claro que é possível ser feliz sozinha. quem nunca foi feliz sozinho que atire a primeira pedra. Ninguém nasceu  convivendo e conhecendo o amor da sua vida. Pelo contrário, até conhecer ele, garanto que já passou por vários perrengues amorosos, com direito á lágrimas, porres, chocolate e muita música-fundo-de-poço. Porém, se é bom ser feliz sozinho, melhor ainda é ter com quem ser feliz e poder dividir essa felicidade. Chegar no fim do dia e poder contar os estresses no trabalho, uma ligação para uma entrevista de emprego. Nos finais de semana poder dormir agarradinho, mesmo que tenha que acordar cedo e ficar feliz só de acordar e ver a cara de sono, com um risco de baba na boca, os olhos cheios de remelas e um bafo sacana.  Os súbitos momentos sacanas em que bate aquela vontade de uma rapidinha e se tem que improvisar ou dar uma segurada (pior segurada). A felicidade é simples. E não vem num carro abre alas da Estação Primeira de Mangueira.  Ela chega do nada, não avisa.
  A necessidade de se sentir protegido, de saber  onde pode ir quando num surto rápido, resolver ir embora de casa.  Nem tudo é fácil. Não existe nada pior do que brigar por coisas idiotas, mas se não fossem essas brigas idiotas por motivos idiotas, como daríamos valor aos momentos felizes que já tivemos juntos?  O que seriam das reconciliações chorosas ou indignadas, que são esquecidas naquele abraço quentinho e apertado, que te dá vontade de implorar pra nunca mais acabar.  Confesso que por muito tempo eu tinha medo, mas não medo de perder, mas medo de amar.  Medo de ser uma parte daquele casal grudento que só de olhar dá cáries, que não desgruda um momento. Mas agora, percebi, que amar não faz mal.  O que faz mal é a gente pensar sempre no que deu errado baseado nas frustrações dos outros ou de relacionamentos antigos.  Nada é igual, e nem tudo sai como o planejado. Por que amanhã é outro dia, e quem sabe nesse outro dia, tu não encontre o amor da tua vida, Assim como eu encontrei o meu, nada de encantado, nada de contos de fadas, mas feito exatamente pra me somar, me fazer sentir frio na barriga toda e qualquer vez que vejo ele, me ensinar a amar, me fazer sentir medo de perder e acima de tudo, me fazer crescer.  Busquei a minha felicidade e acabei encontrando muito mais que isso. 


Até a próxima
Beijo da Tai


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